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Programação

Millenium Mambo - 19:00

Direção: Hou Hsiao Hsien

Ano:        2001

País:        Taiwan
Duração: 119 min



Taipei. Um voz em off olha em retrospectiva para o ano 2000, quando Vicky estava num relacionamento que ia e vinha com Hao-Hao. Ela é jovem, amável e desnorteada. Ela não está nem aí. Cigarros e bebidas abastecem as suas noites. Vemos pedaços da vida dela: quando Hao-Hao rouba o rolex do pai dele e a polícia chega à casa; quando ela consegue um emprego como hostess de uma boate, quando conhece Jack, que faz dela a sua protegida; quando Hao-Hao vai encontrá-la na boate, insistindo em falar com ela; quando Vicky visita Yubari, no Japão, pelo seu festival de cinema de inverno; quando Jack deve ir ao Japão para contornar problemas causados por um de seus comparsas. Vicky ainda tem alguma expectativa? O tempo simplesmente passa?

(traduzido do IMDB)

Sobre o filme: 1) Uma boate é uma boate / 2) A dispersão como estética

A SEXTA PARTE DO MUNDO - 01:00

Direção: Dziga Vertov

Ano: 1926
País: União Soviética

Duração: 68 min min

 

"A sexta parte do mundo" (em russo: Шестая часть мира, Shestaya Chast Mira), às vezes referido como "Uma sexta parte do mundo", é um filme mudo de 1926 dirigido por Dziga Vertov e produzido pela Kultkino (parte da produtora Sovkino). Através de um formato de travelogue, retrata a multidão de povos soviéticos em áreas remotas e detalha a inteireza da riqueza da terra do país. Com foco na diversidade cultural e econômica, o filme é, na verdade, um chamado pela unificação, a fim de construir a "sociedade socialista plena".  Com uma mistura entre material de arquivo e filmagens no local, Vertov editou as sequências filmadas por seis equipes de kinokis (coletivos de filmagem viajantes) durante as suas viagens. De acordo com o diretor, o filme antecipa a chegada dos filmes sonoros ao usar, constantemente, o tema da "palavra-rádio" nos intertítulos. Graças a esse filme e ao subsequente "O onésimo" (1928), Vertov amadureceu o seu estilo, que atingirá o zênite no mais famoso "Um homem com uma câmera" (1929). (traduzido da wikipídia)

Sobre o filme: Vertov, 1917 e a escola soviética de montagem

A COLECIONADORA - 21:45

Direção: Éric Rohmer
Ano: 1967
País: França

Duração: 89 min

 

Um negociador de arte bombástico e seu amigo pintor vão passar o verão numa vila que data do século 17 na Riviera francesa para uma temporada de desestresse. Mas o retiro idílico é perturbado pela presença da boêmia Haydée, acusada de ser uma colecionadora de homens. Primeiro filme em cores de Rohmer, "A colecionadora" conduz a série do diretor dos Contos Morais a paisagens novas e mais sombrias. Ainda assim, é também uma vitrine especial para uma batalha de sexos inteligente e discretamente irônica, graças a um roteiro sagaz escrito por Rohmer e os três atores principais. A fotografia voluptuosa de Néstor Almendros, que até parece fácil de tão magistral, é definidora da série de filmes como um todo. (traduzido de Criterion Collection)

Sobre o filme: O Kierkegaard da nouvelle vague

Direção: Julio Bressane
Ano: 1970
País: Brasil

Duração: 70 min

 

As empregadas matam suas patroas e vão pra praia, os filhos matam suas famílias e vão pro cinema, as classes matam-se umas às outras e não deixam de ser o que são. Na violência segregam-se os lugares de onde cada força social parte. A câmera participa dessa luta também, balançando displicente na mão do cinegrafista, disputando a atenção dos atores, que são e não são, como em Cassavetes, os personagens que interpretam. Em Cuidado, Madame, as classes estão em polvorosa, se digladiando como animais, transbordando seus domínios próprios com os interesses de classe, com o líquido rubro da parcialidade política. As pessoas são o que são, mas no mundo, e não fora dele. Um existencialismo burguês poderia dizer que a autenticidade reside na refutação dos rótulos do mundo – um indivíduo ama, odeia, sente, emociona, pensa, fundamentalmente, para além da classe. Para um existencialismo materialista, como queria Sartre (que veio ao Brasil), por sua vez, não importa aquilo que fizeram de nós (como querem behavioristas sociais) e nem aquilo que fazemos de nós (como querem idealistas burgueses), mas aquilo que fazemos do que fizeram de nós. (texto de Julio Bressane)

Sobre o filme: A arquiviolência encenada

CUIDADO, MADAME - 03:00
A PAIXÃO DE JOANA D´ARC - 05:00

Direção: Carl Theodor Dreyer

Ano: 1928
País: Alemanha

Duração: 110 min min

 

No filme afetivo por excelência, "A Paixão de Joana D´Arc" de Dreyer, há todo um estado de coisas histórico que subsiste, papéis sociais e caracteres individuais ou coletivos, conexões reais entre eles, Joana, o bispo, o Inglês, os juízes, o reino, o povo, em suma, o Processo. Mas há ainda outra coisa, que não é exatamente da ordem do eterno ou do supra-histórico, mas da internidade, como dizia Peguy. É como dois presentes que não param de cruzar-se e um dos quais continua a acontecer quando o outro já se realizou. Peguy dizia ainda que passamos ao longo do acontecimento histórico, mas que remontamos dentro do outro acontecimento: há já muito tempo que o primeiro se encarnou, mas o segundo continua a exprimir-se e até procura ainda uma expressão. É o mesmo acontecimento, mas uma parte dele efetuou-se tanto mais profundamente num estado de coisas quanto mais a outra parte é irredutível a toda efetuação. Esse mistério do presente, Peguy ou Blanchot, mas também em Dryer ou Bresson, é a diferença entre o Processo e a Paixão, não obstante inseparáveis. (fonte: Gilles Deleuze em "Imagem-movimento", p. 164-165)

Horário do filme: 5:00

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